Sim, queridos irmãos, creio que o segredo da paz e da verdadeira felicidade consiste em agente esquecer-se de si mesmo, em despreocupar-se com a própria pessoa. Isto não significa não sentir mais as próprias misérias físicas e morais. Os próprios santos passaram por situações tão dolorosas mas, não eram escravos e a todo instante sabiam libertar-se destas situações. E sempre que percebiam que estavam sendo envolvidos por suas deficiências, não se apavoravam, porque tinham consciência da argila de que eram feitos, conforme canta o salmista(Sl 102, 14), que, no entanto não deixa de acrescentar: "Sou íntegro para com ele e guardo-me da iniquidade" (Sl 17, 24). Somos hóstias frágeis e vulneráveis ao tempo e às manipulações humanas, qual a sutil hóstia que se muda no Cordeiro Santo. Deus é simples e nos mostra que a simplicidade também nos Deifica. O Senhor faz da espécie mais frágil a onipresença, a onisciência e a onipotência... Ele mesmo. Tantas vezes nossas fragilidades nos desanimam... Porém, em nosso caminho rumo a Ele, nada deve parecer-nos um obstáculo. Não devemos dar demasiada importância se sentimos fervor ou se estamos desanimados. Passar de um estado de espírito a outro é a lei do exílio. O que conta é o fato de que o Altíssimo Cordeiro nunca muda, que em Seu amor de Deus está sempre inclinado sobre nós para fixar-nos firmemente a Si. Se, mesmo assim, todo o vazio e a tristeza nos oprimem o coração, devemos unir a nossa agonia àquela da Cruz, o Altar do Cordeiro.
Pe. Joseph
quarta-feira, 3 de março de 2010
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"Porém, em nosso caminho rumo a Ele, nada deve parecer-nos um obstáculo. Não devemos dar demasiada importância se sentimos fervor ou se estamos desanimados".
ResponderExcluirSão suas palavras, bem apropriadas para este momento tão oportuno. O desânimo jamais vencerá a hostia viva tão presente e real no seu sacerdócio.
Que bonito viver a vida e cada gesto de amor como um culto à Glória de Deus! A vida se torna sagrada liturgia e tudo o que é humano torna-se divino: “Todo pequeno gesto se torna um acontecimento imenso, em que nos é dado o paraíso. Não importa o que devemos fazer, em tudo é Deus que vem para amar-nos” (Madeleine Delbrêl). Quem descobre este segredo, percebe que nada, nenhum gesto, mesmo que pequeno, se torna indiferente. E, como disse o Papa Bento XVI, o menor gesto de amor, desde que sincero, se fixa na eternidade e alcança o universo inteiro.
ResponderExcluirEscreveu o Pe. Giovanni Santolini, morto mártir no Zaire: “Verdadeiro mártir é aquele que se acostuma a dar a vida, dia após dia, ao ponto de, para ele, isso se tornar um hábito e não perceber mais. Mártir não é quem faz o bem! Você se acostuma a dar a vida ao ponto de, num instante, ter a sorte de dar verdadeiramente a vida. No fundo, viver o Evangelho só significa ter o hábito de dar a vida”.