Hoje celebrei solitário com lágrimas represadas nos olhos... Quanta escuridão! Fraqueza? Angústia? Insegurança? Amargor? Desalento?.. Olhei bem para a Hóstia Santa, fixei-me n'Ele profundamente e disse: De Ti eu sei, Verdade, que não És o que sempre me ensinaram, nem o que li, nem o que sinto, nem o que percebo, nem o que resulta de minhas reflexões... Mistério! De Ti não sei... Só consigo Te amar! Não obstante as brutas cadeias de ferro dos meus vícios e pesares, não consigo parar de Te amar... Embora a única dor verdadeira seja EU, o mal seja EU, a cruz seja Eu, a mais desgraçada de todas as distâncias seja EU. Não há outra doença senão EU. Quem usurpa minha essência sou EU. Fragilidade, conflito, neurose são EU. Os grilhões que limitam são feitos de EU. Mas, o que mais me entristece, a quem mais sirvo, alimento e defendo, ainda, infelizmente, é meu EU. Tu te dás no Pão oh Cristo! E EU... Continuo estigmatizado com a chaga do EGOÍSMO. Que marejem meus olhos! Afim de que escorra até a derradeira gota do pecado. É um sofrimento salutar! Resta-me, portanto, sofrer, chorar, contemplar e amar...
Graças e louvores se dêem a todo momento!
Pe. Joseph
23/03/2010 - 03:55 da manhã
segunda-feira, 22 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
COISAS COMUNS
Santa Josephina Bakhita (Sudanesa e Religiosa Canossiana) disse certa vez: "Façamos as coisas comuns,tudo em comum e de modo supracomum"... De fato, nossa capacidade de redesbobrir a vida composta por fragmentos nos eleva aos olhos de Deus. Fazer bem feito cada detalhe cotidiano, fazê-los em Deus... Que milagre maior poderíamos alcançar do Senhor do que a graça de compreender a importância das pequenas coisas em nossas vidas? Isto significa Eucaristizar-se! Perpetuar o Milagre do Pão e do Vinho, ou seja, a simplicidade das espécies que revelam uma Substância incomensurável... Nossos atos simples devem conter a magnitude de Deus Amor. Amar com toda a intensidade da inteligência e da vontade em um copo d'água oferecido, em uma gentileza dispensada, em um serviço prestado, no exercício profissional, nos afazeres domésticos, no lazer, na família, no estudo, na oração... Doar-se! Não importa o nosso sucesso ou fracasso, importa o quanto amamos para vencer ou até mesmo sermos derrotados... Não esperemos recompensas como: gestos de gratidão, retribuição ou reconhecemento, façamos simplismente bem o que é bom e agradável aos olhos de Deus, pois, para Ele basta a fidelidade nas coisas simples. Por conseguinte,seja por nós empunhado o estandarte da gratuidade, pois, recebemos a dedicação Divina cotidiana e gratuitamente... Cada dia, milhares de vezes, nos altares do mundo inteiro, é imolado por nós o Cordeiro de Deus em um Único, Perfeito e Santo Sacrifício. Na Eucaristia atualizamos o Mistério de um Deus dedicado gratuitamente em plenitude por uma ação tão simples, uma Refeição... Não deixemos portanto de ser quem somos ou o que somos, apenas os sejamos "diferente"! As pessoas Eucaristizadas fazem diferença no mundo porque iluminam com os raios da Eucaristia, dão o sabor da Eucaristia com a simplicidade da Eucaristia em TUDO que fazem! "Provai e vede como Senhor é bom!"
Santa Josephina Bakhita! Rogai por nós!
Pe. Joseph
Santa Josephina Bakhita! Rogai por nós!
Pe. Joseph
quarta-feira, 10 de março de 2010
DEMORE-SE
Demore-se no momento da Consagração! Sintamo-nos no ápice do calvário, tateemos o rústico madeiro e pressionemos os atrozes pregos contra nossas mãos. Degustemos o vinagre e sintamos a pressão dos espinhos agudos da coroa de martírio em nossas frontes. Atritemos a carne flagelada nas hastes da tortura. Empunhemos a espessa terra, umedecida com o Sangue e o suor de Deus. deixemos a Paixão do Senhor reluzir em nossa história, em nossa vida... Ouçamos o GRITO de dor que revela o que Deus fez para nossa salvação! Vivamos a Missa!
Pe. Joseph
Pe. Joseph
segunda-feira, 8 de março de 2010
TERRA HOMEM
O que somos nós senão TERRA? Hoje flagrei-me pensando na morte e, tomado pelo horror e pelo pânico, pedi a Jesus, o Pão da VIDA, os sentimentos da abundância prometida... "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância". Me veio como resposta uma angústia profundíssima e salutar que me levou ao abismo do meu ser... Eu estava com medo da morte como se não a merecesse... O orgulho talvez se apoderara de mim e me impedia da certeza de que é preciso morrer, pois, "é morrendo que se vive para a vida eterna". Ademais, "se para mim viver é Cristo, morrer é lucro" nos afirma o Apóstolo. Estamos na Quaresma, e as cinzas que nos foram impostas em seu início na quarta feira me fizeram ainda recordar um belíssimo soneto de Gregório de Matos que diz:
"Que és terra Homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por Sua Igreja,
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.
Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,
E como o teu baixel sempre fraqueja
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Te põe à vista à terra, onde salvar-te.
Alerta, alerta pois, que o vento berra,
E se assopra a vaidade, e incha o pano,
Na proa a terra tens, amaina, e ferra.
Todo lenho mortal, baixel humano
Se busca a salvação, tome hoje terra,
Que a terra de hoje é porto soberano."
Cinzas, terra, nada... O Amor de Deus é quem nos orna de valor! Ele nos disse: "sem Mim, nada podeis fazer". "Gemendo e chorando neste vale de lágrimas", vamos pois peregrinos! Emprestando a nossa imperfeita humanidade a Deus, afim de que Ele reviva Seu Filho Jesus em nós. Nossos pecados nos humilhem! Mas, não nos desanimem, pois, está toda nossa confiança no Cordeiro! Ele sabe os imperfeitos a quem convoca. Morramos de amor! E que o fogo do Espírito nos consuma como uma vela no altar. Gragório de Matos ainda dedica um soneto a um personagem que se chama Fábio, e este creio aplicar-se providêncialmente a esta reflexão, talvez de carater tão pessoal:
"Ditoso Fábio, tu, que retirado
Te vejo ao desengano amanhecido
Na certeza do pouco, que hás vivido,
Sem para ti viver no povoado.
Enquanto nos palácios enredado
Te enlaçaram cuidados divertido,
De ti mesmo passavas esquecido,
De ti próprio vivias desprezado.
Mas agora que nessa choça agreste,
Onde, quando perdias, alcançaste,
Viver contigo para ti quiseste.
Feliz mil vezes tu, pois começaste
A morrer, Fábio, desde que nasceste,
Para ter vida agora, que expiraste"
Tudo e Nada! Deus e Eu
Pe. Joseph (Terra Homem!)
"Que és terra Homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por Sua Igreja,
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.
Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,
E como o teu baixel sempre fraqueja
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Te põe à vista à terra, onde salvar-te.
Alerta, alerta pois, que o vento berra,
E se assopra a vaidade, e incha o pano,
Na proa a terra tens, amaina, e ferra.
Todo lenho mortal, baixel humano
Se busca a salvação, tome hoje terra,
Que a terra de hoje é porto soberano."
Cinzas, terra, nada... O Amor de Deus é quem nos orna de valor! Ele nos disse: "sem Mim, nada podeis fazer". "Gemendo e chorando neste vale de lágrimas", vamos pois peregrinos! Emprestando a nossa imperfeita humanidade a Deus, afim de que Ele reviva Seu Filho Jesus em nós. Nossos pecados nos humilhem! Mas, não nos desanimem, pois, está toda nossa confiança no Cordeiro! Ele sabe os imperfeitos a quem convoca. Morramos de amor! E que o fogo do Espírito nos consuma como uma vela no altar. Gragório de Matos ainda dedica um soneto a um personagem que se chama Fábio, e este creio aplicar-se providêncialmente a esta reflexão, talvez de carater tão pessoal:
"Ditoso Fábio, tu, que retirado
Te vejo ao desengano amanhecido
Na certeza do pouco, que hás vivido,
Sem para ti viver no povoado.
Enquanto nos palácios enredado
Te enlaçaram cuidados divertido,
De ti mesmo passavas esquecido,
De ti próprio vivias desprezado.
Mas agora que nessa choça agreste,
Onde, quando perdias, alcançaste,
Viver contigo para ti quiseste.
Feliz mil vezes tu, pois começaste
A morrer, Fábio, desde que nasceste,
Para ter vida agora, que expiraste"
Tudo e Nada! Deus e Eu
Pe. Joseph (Terra Homem!)
sábado, 6 de março de 2010
RAMALHETE ESPIRITUAL
Meus amados, é bem verdade que desejo oferecer-vos este Blog como um "Ramalhete Espiritual", mediante os avanços tecnológicos e informáticos senti que deveria fazer chegar, também por aqui, o forte movimento de minha alma inquieta por partilhar as delícias das quais o Cordeiro Eucarístico nos favorece. Não obstante minha miséria humana e meu tamanho, tenho a pleníssima convicção da dimensão incomensurável do AMOR que me envolve, que "nos" envolve... Portanto, acolhei cada palavra ou imagem com o mesmo impacto de caridade com que elas vos são dirigidas e, nessa doce reciprocidade, sem pieguices nem raízes danadas da vaidade humana, elevemos nossos "corações ao alto", onde está Deus... E o ponto mais "alto" onde podemos encontrá-Lo está tão perto do nosso coração, está dentro de nós também, "no mais íntimo de nós mesmos", é o cume da motanha, nosso interior... Desse modo, o que eu poderia augurar-vos de mais belo, intenso e profundo meus amigos? Creio que a fusão dos vossos corações com Deus presente em vossas vidas, afim de que quando Cristo exortar-vos lá do Altar por meus pobres lábios: Corações ao Alto! Vós professeis sem titubeios: O NOSSO CORAÇÃO ESTÁ EM DEUS! Não poderia desejar-vos coisa melhor...
Pe. Joseph
Pe. Joseph
quarta-feira, 3 de março de 2010
HÓSTIAS VIVAS
Sim, queridos irmãos, creio que o segredo da paz e da verdadeira felicidade consiste em agente esquecer-se de si mesmo, em despreocupar-se com a própria pessoa. Isto não significa não sentir mais as próprias misérias físicas e morais. Os próprios santos passaram por situações tão dolorosas mas, não eram escravos e a todo instante sabiam libertar-se destas situações. E sempre que percebiam que estavam sendo envolvidos por suas deficiências, não se apavoravam, porque tinham consciência da argila de que eram feitos, conforme canta o salmista(Sl 102, 14), que, no entanto não deixa de acrescentar: "Sou íntegro para com ele e guardo-me da iniquidade" (Sl 17, 24). Somos hóstias frágeis e vulneráveis ao tempo e às manipulações humanas, qual a sutil hóstia que se muda no Cordeiro Santo. Deus é simples e nos mostra que a simplicidade também nos Deifica. O Senhor faz da espécie mais frágil a onipresença, a onisciência e a onipotência... Ele mesmo. Tantas vezes nossas fragilidades nos desanimam... Porém, em nosso caminho rumo a Ele, nada deve parecer-nos um obstáculo. Não devemos dar demasiada importância se sentimos fervor ou se estamos desanimados. Passar de um estado de espírito a outro é a lei do exílio. O que conta é o fato de que o Altíssimo Cordeiro nunca muda, que em Seu amor de Deus está sempre inclinado sobre nós para fixar-nos firmemente a Si. Se, mesmo assim, todo o vazio e a tristeza nos oprimem o coração, devemos unir a nossa agonia àquela da Cruz, o Altar do Cordeiro.
Pe. Joseph
Pe. Joseph
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